Como disse em outros textos, em tudo há política! Por exemplo, quando pensamos em transporte público, quando escolhemos nos deslocar de ônibus, lá, de formas diretas e indiretas, temos ações e escolhas políticas. Outro exemplo está na questão do metrô: quando comparamos o metrô do Rio de Janeiro com o de São Paulo, vemos que os projetos e investimentos dos governos estaduais foram bem distintos. Na “terra da garoa” chegamos a qualquer lugar da cidade, pois há uma trama que se estende por todo o município em várias linhas. No Rio de Janeiro escolheram em esticar uma “única linha”, sendo que a “Linha 2” começa no meio da “Linha 1” e a partir de certo ponto passa a se chamar “Linha 4”, mas é a mesma linha (?!).

Quem é do Rio de Janeiro, sabe bem que a última estação da chamada “Linha 1” chama-se “Uruguai”, que fica na Tijuca, Zona Norte. Na mesma altura, do outro lado do pelo maciço da Tijuca, que separa as zonas norte e sul, passa a chamada “Linha 4”. Seria relativamente fácil e barato abrir um túnel por debaixo do morro, pois seria uma perfuração direta e sem mexer em propriedades particulares. Esse novo acesso economizaria meia hora de desolamento aos usuários de desejassem ir à Barra da Tijuca, além de não ser mais necessário passar pelo Centro do Rio de Janeiro. A Linha 1 em determinada estação ainda recebe através da “Linha 2” usuários de outras partes da cidade e até de outros municípios, sobrecarregando o sistema.

Fora isso, você sabia que existe uma estação pronta e desativada sob o Shopping Rio Sul?! Se um usuário do metrô pretende ir a esse shopping precisará se deslocar da estação Botafogo ou Cardeal Arcoverde até lá de taxi, Uber, ônibus ou a pé; não sendo tão próximo.

Para fechar esta questão, temos a estação Gávea inundada, a outra estação abaixo da Carioca, que faz parte da “Linha 3”, a própria Linha 3, e a Linha para a cidade de Niterói. Ao longo dos anos ouvimos governadores e prefeitos discursarem sobre o avanço do metro no Rio de Janeiro, mas as respectivas ações foram deixadas para um “momento mais oportuno” e isso já tem 40 anos!